Muitas viagens

Viagens de uma família pelo mundo

Arquivos Mensais: outubro 2011

Alcalá de Henares

No sábado, dia 08/10, após uma dica de um de nossos professores, fomos à cidade de Alcalá de Henares, já que estava sendo comemorado um feriado no local, chamado de Semana Cervantina. O Guilherme e o Filipe não quiseram ir.

Compramos nossas passagens diretamente na estação de Atocha. É um trem da rede Cercanías, que custou 6,10 euros por pessoa, ida e volta. Chegamos lá por volta das 11h. A feira começava oficialmente às 12h. Então saímos da estação, passamos num quiosque de informações turísticas que fica bem na saída e fomos pra área da feira na maior tranquilidade.

Escultura de D. Quijote

No caminho, vimos uma construção, com porte de uma casa unifamiliar, mas que abrigava o Palácio de Laredo, onde funciona o Museo Cisneriano. Tiramos umas fotos e fomos dar uma olhada pra ver se estava aberto e, pra nossa sorte, ia começar uma visita guiada naquela hora. Pagamos 2,50 euros por cabeça.

Palácio de Laredo

O museu conta a história do fundador da Universidade de Alcalá, Cardenal Cisneros. O palácio é, ao mesmo tempo, um museu vivo de arquitetura, porque o primeiro dono, Manuel José de Laredo, foi uma artista e arquiteto espanhol que viveu no séc. XVI. A casa foi meticulosamente construída, sendo que todos os adornos e pinturas foram feitos por ele.

A parte do museu que fala da universidade tem peças de antes do descobrimento do Brasil, de valor histório bem importante pra cidade. A guia foi excelente e muito paciente. Recomendamos.

Parede em gesso pintada no Palácio Laredo

Vitral e pintura do próprio arquiteto artista

Olhem como era o uniforme dos universitários do séc. XVI! Imaginem caminhar pelas ruas vestido assim...

De lá seguimos diretamente para a feira, que era super organizada, com muita comida (especialmente queijos e doces) e artesanato. Comemos uma espécie de pastelão doce de amêndoas com massa folhada, típico da região, pra enganar um pouco a fome.

Nesse momento, vimos que a cidade realmente vive fortemente nesse dia sua cria mais ilustre, Miguel de Cervantes. Dois atores, muito bem caracterizados e fazendo os papéis de Don Quixote e Sancho Pança, percorriam a feira à cavalo.

Artistas caminhando pelas ruas de Alcalá

Artista caracterizado de D. Quijote

Ruas cheias de barraquinhas decoradas para a Semana Cervantina

Demoramos mais ou menos uma hora pra cruzar a feira de ponta a ponta, sem ter passado em todas as barracas. Aproveitamos e vimos outros pontos turísticos que, em sua maioria estavam fechados.

No meio do caminho passamos pelo Museo Casa Natal de Cervantes, que fica na Calle Mayor. É exatamente a casa onde ele nasceu, mostrando o cotidiano de sua família, um pouco de suas obras, traduzida para diversos idiomas e sucesso em uma época em que a leitura era um luxo.

Depois fomos conhecer o pouco que restou das muralhas que contornavam a cidade nos séculos XV e XVI.

Muralha de Alcalá de Henares

Voltamos pra ver mais barraquinhas e comer alguma coisa. Experimentamos um dos embutidos do lugar, que esquecemos o nome, que parecia uma lingüiça bem grande e bem mais light que a nossa, que vinha com um molho de cebola refogada e pasta de alho. Vieram umas fatias de pão juntas. Uma delícia! Tudo por 8 euros.

Depois disso comemos uma batata recheada por 5 euros que acabou de matar a fome de vez. Rodamos pelo resto da feira mais um pouco, encontramos até uma barraca de produtos brasileiros, comemos um canudinho de doce de leite e depois compramos nosso ímã de geladeira. Claro!

Também resolvemos comprar um pedaço de queijo de ovelha curado (quase todos os queijos europeus são bons e baratos). Vai ser devorado com um vinho depois. Por volta das 4 da tarde voltamos pra Madri.

Uma coisa que acho que não falei em outros posts é que, no caso de trens de Cercanías, sempre você deve, na volta pra Madri, passar novamente seu ticket pela catraca. Isso acontece porque esse tipo de trem faz muitas paradas e algumas estações não tem um controle muito bom.

Santiago de Compostela a pé

No domingo, dia 02/10, tínhamos até a intenção de conhecer Vigo, pertinho da fronteira com Portugal, mas pilhamos mais em fazer alguma trilha em volta da cidade pra gente se sentir um pouco “peregrino” também.

Acordamos umas 9h, tomamos o café-da-manhã, pegamos o mapa que o próprio hotel nos tinha passado e buscamos uma trilha nos arredores da cidade. Partimos do hotel em direção ao Parque Alameda, área verde grudada no centro histórico. Cruzamos esse parque até um mirador. Vimos um bocado de gente caminhando pela manhã nesse parque, já que tem uma posição mais central em relação à cidade.

Parque Alameda

Pegamos a rua de San Lourenço e depois atravessamos o Parque de Galeras, que é bem simpático, com um rio passando bem no meio dele. De lá, passamos pelo Parque de Vista Alegre, onde funciona, dentre outras coisas, a sede da Sociedad General de Autores y Editores, que me chamou muita atenção por sua arquitetura exótica. Achei lindíssimo! Seguimos pelo Parque de música de Compostela e cruzamos uma parte do campus universitário.

Sede da SGAE - Sociedad General de Autores y Editores

Parque da Música

Subimos pela Avenida do Burgo das Nacións até a Avenida de Xoan XXIII. Pronto, chegamos do outro lado da cidade, bem no Convento e Igrexa de San Francisco. Tiramos umas fotos por lá e seguimos rumo até o Parque de São Domingos de Bonaval. Cruzamos a rua de San Pedro até o Parque de Belvis. A caminhada acabava na Colexiata de Santa Maria do Sar, mas não tivemos pique pra tanto. Só tiramos umas fotos de longe.

Interior da Igrexa de San Francisco

Parque de Belvis

Convento de Belvis

Colexiata de Santa Maria do Sar

Fomos para um centro comercial grande de lá, chamado Área Central. Comemos uma espécie de parrillada, com muita carne, mas sem chegar aos pés das que são servidas em Buenos Aires. O Guilherme e o Filipe ficaram se divertindo numa loja de jogos enquanto eu e a Cláudia descansávamos tomando um sorvete.

Resolvemos aproveitar o centro comercial para jogar um boliche juntos. A Cláudia ganhou a primeira e eu a segunda partida. Foi bem divertido. Pegamos um ônibus pra voltar pro centro da cidade. Acho que neste dia caminhamos mais de 10 km. Canseira mesmo!

Chegamos no hotel por volta das 19h, descansamos e fomos pro último dia de feira medieval e nossa última noite de Santiago. Dessa vez comemos uma espécie de rodízio de pizza, com direito à bebida e sobremesa. Um dos melhores sorvetes que tomei na Europa. Muito bom. Quase morri de tanto comer.

No dia seguinte, dormimos até bem tarde, tomamos nosso café e saímos ao meio-dia do hotel. Deixamos nossas malas na recepção e ficamos rodando pela cidade, vendo vitrines. Enrolamos até às 15h mais ou menos e pegamos o mesmo ônibus em que viemos, até o aeroporto. Chegamos em Madri às 19h30. O vôo foi super tranquilo.

A Coruña

No sábado, dia 01/10, decidimos dar um pulo na cidade de A Coruña, bem ao norte e no litoral da Espanha. Acordamos cedo e tomamos o café-da-manhã do hotel  (básico, mas suficiente pra saciar a fome). Fomos a pé pra estação de trem (5 minutos andando) e compramos na hora uma passagem pro próximo trem para lá. Custou 5,45 euros cada perna por pessoa.

Chegamos em meia hora em A Coruña. Não havia balcão de informações turísticas na estação de trem, então compramos um mapa numa banca de jornais de lá. Haviam alguns pontos turísticos que tínhamos visto antes na internet e que tratamos de procurar.

Saímos da Estação de San Cristóbal e fomos a pé pela Avenida Alcalde Alfonso Molina até o Parque da Rosaleda, onde havia uma exposição chamada “Orixes”, que tratava da evolução da espécie humana.

Parque da Rosaleda

De lá, seguimos caminhando até o Castelo de San Antón, onde funcionou uma prisão até poucas décadas atrás. Lá funciona também o Museo Arqueológico e Histórico e tem uma vista bem bonita da cidade. No caminho, passamos pela Plaza de María Pita onde está o bonito edifício do Palácio Municipal.

Palácio Municipal

Exposição no Museo Arqueológico e Histórico

Pátio do Castelo de San Antón

Pátio do Castelo de San Antón

Vista da cidade

Saímos de lá procurando algum lugar pra comer. Fomos pra Praia de Riazor e caminhamos na avenida beira-mar (Avenida Pedro Barrié de la Maza) até achar um lugar legal. Encontramos um restaurante com vista para o mar e com menu do dia a 9,50 euros: Cafetería Restaurante Luar . Eu e a Cláudia comemos uma salada russa de entrada e quase que a gente não deu conta do peixe depois, que, aliás, estava divino.

A gente viu que estava perto do estádio do La Coruña, chamado Estádio de Riazor, mesmo nome da praia que fica em frente a ele. Já tinham vários torcedores se amontoando do lado de fora porque haveria uma partida entre o dono da casa e o Guadalajara, pela segunda divisão do campeonato espanhol. Era 6 euros a entrada, mas nenhum de nós animou.

Praia de Riazor com o estádio do A Coruña ao fundo

Fomos pro Parque de Santa Margarita, já tomando rumo pra estação de novo. Lá se encontra a Casa de las Ciencias onde funciona o Planetário da cidade. Pelo jeito é um parque bem utilizado pela população local, já que é bem centralizado.

Casa de las Ciencias

Não tivemos pique pra mais nada porque estava muito quente. Deveríamos ter ido à Torre de Hércules, que fica do outro lado da cidade, mas não tivemos saco de pegar um ônibus. Voltamos pra estação de trem e pegamos um trem às 17h de volta à Santiago.

Chegando em Santiago, fomos pro hotel pra recuperar as energias e, à noite, fomos de novo ao Mercado Medieval. Comemos um kebab, sanduba turco bem gostoso. Eu e a Cláudia também compramos um porta-vinho bem bacana de um artista local que só trabalha com aço. Por volta de meia-noite voltamos pro hotel pra dormir.

Aniversário em Santiago de Compostela

Na sexta, dia 30/09, aniversário da Cláudia, acordamos bem cedo e viajamos para Santiago de Compostela. Pegamos um vôo da Ryanair e chegamos lá por volta das 10h.

Santiago, como é chamada por aqui, é uma cidade no centro do estado da Galícia, e é conhecida internacionalmente por peregrinos que, com fé inigualável, caminham desde a França, na região dos Pirineus, até a cidade. Há toda uma infra-estrutura na Espanha para acolher estes aventureiros, com albergues que cobram preços módicos durante essa jornada espiritual.

Pegamos um ônibus no aeroporto (Empresa Freire – 3 euros por pessoa)  que, de meia em meia hora, vai para o centro da cidade passando ao lado da estação de trens, na rodoviária da cidade e com parada final na Rua Doutor Teixeiro (isso mesmo, rua e não calle), que, por sinal, era paralela à rua onde estava o Hotel Horreo.

Deixamos as malas no hotel (o check-in não podia ainda ser feito) e fomos ao centro histórico da cidade, à pé, já que é grudado no hotel. Toda a zona do centro é para pedestres, circulando apenas carros de serviço para abastecer o comércio de lá.

Não sabíamos, mas estava iniciando, justamente no dia que chegamos, uma feira medieval na cidade. Montaram barraquinhas no centro histórico pra vender comida, artesanato, cristais, incensos, de tudo um pouco.

Uma das barraquinhas do Mercado Medieval

Depois de passear um pouco pelas ruas, experimentamos a torta de Santiago, que é uma torta de amêndoas típica de lá, para disfarçar a fome. A feira se espalhava por várias ruas e ao lado de vários pontos importantes da cidade. Chegamos ao final na Praza do Obradoiro, principal ponto de encontro dos peregrinos, bem em frente à entrada principal da Catedral de Santiago de Compostela.

A praça é tão imponente quanto a catedral e todos os dias do ano está cheia de peregrinos pela manhã, esperando sempre a missa das 12h, especial para abençoar as jornadas. Nela se lê a quantidade de peregrinos, as nacionalidades, bem como de onde estão vindo, porque existem vários pontos de partida do Caminho de Santiago, especialmente na Espanha e França. Já que chegamos na Catedral por volta das 11:30h, resolvemos esperar o início da missa.

Catedral de Santiago de Compostela

Interior da Catedral

Na parte térrea da catedral (virada pra praça) há um museu que organiza visitas guiadas ao Pórtico da Glória. Como essa parte da igreja está em restauração, havia uma apresentação por meio de vídeos desse pórtico e sua história. Nos inscrevemos para a visita das 13h, logo depois da missa.

Assistimos a missa, que é conduzida de forma bem clássica, e que no momento da comunhão, o pároco principal é ajudado por cerca de 10 outros sacerdotes, devido à quantidade de gente na catedral. Creio que é o momento de maior fé dos peregrinos em toda a jornada. Estávamos esperando também a utilização do botafumeiro, que é um aparato da religião católica que solta uma fumaça e que dizem que também é bem marcante na missa. Não aconteceu nada. Depois descubrimos que sua utilização é paga sempre por algum grupo de peregrinos de algum país, e custa uns 300 euros. Naquele dia o pessoal tava de bolso vazio…

Altar da Catedral

Um dos vitrais da Catedral

Logo depois da missa, passamos no museu e fomos recebidos por uma guia brasileira. A entrada foi gratuita. Tivemos uma explicação a respeito do caminho de Santiago propriamente dito e um outro vídeo que contava sobre a história do Pórtico da Glória. Já que estávamos misturados com espanhóis, nossa apresentação foi também em espanhol, mas feita de forma claríssima.

Depois do museu entramos de novo na catedral para ver os detalhes da restauração do pórtico e para passar por detrás do altar, onde há a imagem de São Tiago. Passamos na Capilla de las Relíquias, onde se encontra o Panteón Real e, pelo que vimos, é um espaço de muita oração e meditação.

Estátua humana de Santiago. Perfeita!

Já que estava meio tarde, saímos da catedral diretamente pra procurar algum lugar pra comer. E comer bem, já que era aniversário da Cláudia. Já saímos de Madri com a certeza de que se comia bem na região da Galícia, especialmente frutos do mar. Seguimos pela Rua do Franco, com restaurantes pra todo lado, e entramos no que nos pareceu mais atrativo: A Barrola. Fomos recebidos por um garçom que até falava português e conhecia o Brasil, pedimos um prato à base de mariscos pra mim e pra Cláudia e dois de carne pro Guilherme e Filipe. Comemos muito bem e brindamos à aniversariante.

Saímos do restaurante e fomos conhecer outros pontos turísticos importantes da cidade. Visitamos, inicialmente, o Centro Gallego de Arte Contemporanea (CGAC), projeto do arquiteto português Álvaro Siza. O edifício por dentro proporciona a montagem de muitas exposições. As exposições em si não faziam muito a nossa cabeça, então passamos bem rápido por elas.

Centro Gallego de Arte Conteporânea

Em seguida fomos ao Museo do Pobo Gallego, onde pagamos 1 euro por cada (estudante) para entrar. Esse espaço, muito bem dividido, conta a história dessa região fortemente influenciada pelo povo português. Todas as explicações das peças estavam na língua gallega e em castelhano.

É resgatada toda a história desse povo, em relação à agricultura, indústria, artesanato, vestimentas, folclore, enfim, tudo o que se pensar acerca de história, está retratado de alguma maneira. Excelente. Recomendamos.

Museo do Pobo Gallego

Escada tripla helicoidal no Museo do Pobo Gallego. Muito interessante!

Voltamos pro Hotel pra fazer check-in. Já haviam colocado nossas malas nos respectivos quartos. O hotel fica muito bem localizado. Sua diária inclui o café-da-manhã.

Depois de um bom banho e um pouquinho de descanso, voltamos pra cidade à noite pra esticar a comemoração do níver em um bar perto da Praza de Cervantes, onde estava ocorrendo a festa medieval. Comemos umas tapas com cerveja e tinto de verano até de madrugada. Muito bom o dia…

Mercado medieval

Brazilian Day Madrid 2011

No domingo, dia 25/09, no Parque Aluche (metrô Aluche – linha 5) aconteceu um evento chamado Brazilian Day Madrid. Não sei se ocorre todo ano, mas em 2011, contou com a presença da banda Cheiro de Amor e outros cantores brasileiros menos conhecidos, mas que nos brindou com um repertório bem típico do nosso querido Brasil. Estávamos com saudades.

O parque onde aconteceu o evento é bem comprido, com muito verde, caminhos arborizados, muita grama, parquinhos pras crianças e um lago artificial no meio. É freqüentado por grupos de várias idades e é rodeada de edifícios residenciais.

Parque Aluche

Os shows começaram às 6h mais ou menos. O Filipe se inscreveu e foi chamado pra trabalhar no Brazilian Day, na área vip. Todos os brasileiros da Enforex (escola de espanhol que estamos estudando) foram pra lá. Curtimos a música, comemos um pastel de frango pra matar a saudade (tinha umas barraquinhas com comidas e bebidas típicas) e esperamos até a banda Cheiro de Amor entrar.

Nessa altura do show, todo o grupo de brasileiros já estava na área vip, bebendo à vontade. Ouvimos umas três músicas e voltamos devagarinho pra casa, ouvindo ainda mais umas duas músicas até chegar à estação do metrô. A Cláudia estava com muita dor nas costas e também iríamos ter aulas no dia seguinte.

Fotos do show da banda Cheiro de Amor tiradas pelo Filipe na parte de cima do palco

Palácio de Santa Cruz, Iglesia de San Andrés, Museo da Catedral de Almudena e Museo del Romanticismo

No sábado, dia 24/09, eu e a Cláudia fomos dar uma volta no centro de Madrid pra conhecer mais algumas coisas. Inicialmente fomos ao Palácio de Santa Cruz (metrô Sol – linhas 1,2 e 3), que aparece no mapa turístico de Madrid, pelo seu valor histórico e sua beleza externa, mas não podemos entrar porque atualmente funciona o Ministério de Assuntos Exteriores da Espanha. Que pena! Só tiramos fotos externas e partimos pra outro lugar.

Palacio de Santa Cruz

Andamos uns 10 minutos pelas ruas próximas. A gente acha interessante que nestas horas acabamos passando por pequenas ruas e vivenciando o dia-a-dia do povo madrilenho. Dá pra ver que, em fins de semana, as pessoas realmente acordam bem tarde e que é um costume bem enraigado o café-da-manhã nos bares da cidade (que são muitos) comendo suas tostadas com café cortado ou croissants.

Também vemos que os chineses, que tem comércios aos montes por aqui, abrem mais cedo que os demais (e fecham mais tarde também). Vemos vários senhores e senhoras elegantemente vestidos indo comprar o seu pão matinal.

Bem, nossa segunda parada foi a Iglesia de San Andrés (metrô La Latina – linha 5) que tinha uma particularidade: seus jardins externos eram muitíssimo bem cuidados. Seu interior também tinham pinturas muito lindas e um altar com a figura de vários santos católicos muito bem conservados.

Interior da Iglesia de San Andrés

Jardim ao lado da Iglesia de San Andrés

Resolvemos seguir caminho para casa passando pela Plaza de Oriente, onde fica o Palácio Real. Ao passar pela Catedral de Almudena, lembramos que ela tem um museu anexo (acesso externo) e que não tínhamos ido quando a visitamos pela primeira vez.

O acesso se dá pela lateral da catedral que é voltada para o Palácio Real, meio escondido. Pagamos 4 euros por pessoa. O museu traz uma história da construção da Catedral, documentos importantes, objetos antigos relativos às celebrações que ocorreram no passado, vestimentas, vídeos, etc.

Maquete do Palácio Real e da Catedral de Almudena

Os ápices da visita são os mirantes. Quando chegamos no nível superior da exposição, há uma sacada com pé-direito altíssimo e colunas enormes que é virada para o Palácio Real. Uma vista imperdível. Desse pavimento, podemos acessar também o teto da catedral, com seus mirantes magníficos. De lá, se vê Madrid inteira. Ma-ra-vi-lho-so! Recomendamos muito.

Vista do Palacio Real a partir de um dos mirantes da Catedral de Almudena

Vista da cidade

Saindo do museu, em plena Plaza de Oriente, fomos brindados com uma exposição de carros antigos bem legal.

Exposição de carros antigos em frente ao Palacio Real

Tínhamos a intenção de fazer uma visita guiada pelo Teatro Real, que dá o nome à estação de metrô Ópera (linhas 2 e 5). Não a fizemos porque o salão principal estava sendo arrumado para um espetáculo e estava fechado para o público. Ficou pra outro dia.

Depois de almoçarmos em casa, fomos, no fim da tarde, ao Museu do Romanticismo (metrô Tribunal – linhas 1 e 10). Pensávamos que iríamos encontrar um pequeno museu, sem filas, mas, para nossa surpresa, havia fila do lado de fora. Há uma exposição permanente e outra temporária. A fila era pra permanente.

O museu tem limite máximo de visitantes e, a partir daí, sua entrada é controlada. Mostra pinturas, objetos de arte e ambientes que retratam o dia-a-dia da aristocracia espanhola no século XIX. É cheia de objetos curiosos. A vigilância é bem grande. Saímos de lá já no apagar das luzes, às 8 da noite.

Uma das belas salas do Museo del Romanticismo

Piano vertical raríssimo

Alguem consegue advinhar para que servia isto?*

* Um vaso de banheiro do sécuro XIX.

Zooaquarium de Madrid

Aproveitamos um domingo de sol (dia 18/09) e fomos ao Zooaquarium de Madrid (metrô linha 10 – estação Casa de Campo), que fica bem pertinho do Parque de Atracciones (falamos sobre ele aqui). O passe que compramos permite nossa entrada gratuita ao zoo até o fim do ano.

A entrada fica a 10 minutos de caminhada da estação de metrô (cuidado em dia de chuva!). No caminho vimos um monte de gente correndo e andando de bicicleta na área da Casa de Campo, que é uma área com muito verde, muitas trilhas e muito bem cuidada.

Entramos no zoo e compramos numa lojinha de presentes um mapa do local por 50 centavos, pra nos localizar. A área é bem grande. Caminhamos circundando a área e parando para os shows com animais que acontecem durante todo o dia.

Incrível como ese urso interagia com o público!

Esses são visitantes comuns no zoo de Madri: esquilos

O primeiro que paramos foi o show dos leões-marinhos. Lotado! Eles interagem bastante com o público e chegam bem pertinho das crianças. Tudo com muita segurança e organização! Bem próximo havia um tanque que também se destacava, que tinha uma família numerosa de pinguins, de uma raça que se adapta muito bem a climas menos frios, como o da Espanha, não necessitando de maiores cuidados para se criar em cativeiro.

Cenário do show dos leões marinhos

Show de equilibrismo!

Pinguins totalmente adaptados a temperaturas menos rígidas

Seguimos nosso caminho e vimos um local com ambientes bem espaçosos para os animais, bem planejados e com animais bem exóticos. Pouco tempo depois, vimos que ia começar o show dos golfinhos. A infra-estrutura é muito boa e o show bem bacana. Achamos melhor o do Oceanografic de Valência (veja aqui), mas esse também é nota 10.

Outro ambiente super legal é o de répteis, com exemplares que nunca tinhamos visto antes. A gente passa até pelo laboratório onde são criadas as presas vivas que servem de alimento para camaleões, cobras, lagartos, anfíbios diversos.

Esse camaleão parece que posou pra foto!

Por favor, não mostre essa imagem pra crianças...

Espaço destinado aos répteis no zoo

Comemos na área de alimentação do zoo. Existem várias mesas espalhadas para acolher as famílias que vêm cheias de isopores e lanches de casa. A gente tinha passado no Museo del Jamón e comprado uns sandubas pra viagem antes de entrar no metrô. Só faltava as bebidas, que resolvemos com as várias máquinas de bebidas geladas que existem por lá.

Para fazer a siesta, vimos outro espetáculo, este sim inédito para nossos olhos e ficamos encantados. Foi com personagens bem conhecidos de nossa fauna. Era um show com aves adestradas, que voavam bem próximas ao público e saiam das mãos de um treinador a outro no espaço do show, que parece um teatro de arena circular de uns 100 metros de diâmetro.

Houve momentos de contato com o público, alimentando os pássaros, inclusive dando de comer com a própria boca. As protagonistas eram cacatuas, papagaios e araras. Todas bem dóceis. Muito interessante.

Show com aves exóticas

Um outro espaço muito bem conservado é o aquário do zoo, que dá o próprio nome ao zoológico. Há de tudo um pouco. Tubarões, arraias, cavalos-marinhos, etc. Também havia um feito muito comemorado pelo zoo de Madrid, que foi o nascimento de filhotes de tubarão em cativeiro, o terceiro a ser conseguido no mundo. Nessas horas me dá cada vez mais vontade de fazer mergulho (com cilindro)! Esses aquários que estamos visitando são lindíssimos!

A atração que é mais vista no zoo são os ursos panda. Principalmente porque foi conseguida uma gestação de dois filhotes em cativeiro, que também têm seu espaço na área deles. Todos estavam dormindo na hora que passamos, então foi meio sem graça.

Voltamos para nosso apê por volta das 5 da tarde.

Ávila

No dia 17 de setembro, eu e a Cláudia acordamos pouco antes das 7h para chegar a tempo na estação Chamartin. Nos encontramos com nossas amigas Mariana e Suzana às 8h15 e partimos pra Ávila no trem das 8h45, que é o mesmo que vai para Salamanca (fomos para lá no início de setembro, veja aqui).

Chegamos por volta das 10h e não encontramos um espaço de informações turísticas na estação. Descobrimos que conseguiríamos um mapa no centro da cidade, depois de uma caminhada de uns 10 minutos. Foi o que fizemos.

Seguimos o sentido que nos orientaram e chegamos em 10 minutos na porta da Basilica de San Vicente, que fica no lado externo da muralha que contorna o centro histórico da cidade. O centro de atendimento ao turista fica ao lado dela. Entramos primeiro na igreja (1,50 euros para estudante por cabeça), que iniciou sua construção no final do século XI e teve várias reformas ao longo dos tempos, com influência romântica, gótica e isabelina.

Basilica de San Vicente vista do alto das muralhas de Ávila

Externamente mantém-se bem marcante, mas internamente precisa de uma restauração. Nota-se claramente os acréscimos de áreas que teve com o passar dos anos. Possui em seu interior uma pequena construção (sepulcro) que mostra o martírio de San Vicente.

Interior da Basílica

Sepulcro localizado no interior da Basílica

Depois, fomos ao Centro de Turistas pra pegar nosso mapa (vendido por 0,50 euros). Conversando com a atendente, ela nos recomendou, dado nosso pouco tempo de permanência em Ávila, que visitássemos o Museu de Santa Teresa e a Catedral, bem como subíssemos nas muralhas da cidade. Realmente não dava pra fazer mais do que isso mesmo, e seguimos diretamente para o museu, porque fechava às 13h. No caminho, passamos pela Plaza del Mercado Chico, onde fica a prefeitura da cidade (Ayuntamiento).

Plaza del Mercado Chico

Chegamos com facilidade ao museu, seguindo o mapa. A entrada custa 2 euros, independentemente de ser estudante ou não. O museu retrata a história da vida de Santa Teresa e a devoção por ela em todo o mundo. O local abriga manuscritos, imagens, objetos pessoais, etc. A arquitetura do museu é lindíssima, com grande uso de arcos e abóbodas de tijolos maciços, pé-direito baixo e corredores extensos. Bem interessante. Recomendamos.

Jardim no interior do Museu de Santa Teresa

Altar do Convento de Santa Teresa

Imagem de Santa Teresa

Plaza de la Santa (ao fundo está o Convento de Santa Teresa)

Seguimos pelas ruelas diretamente para a Catedral, que também lembra as de Toledo e Salamanca. A entrada custava 4 euros. No vestíbulo, já vimos que não era muito diferente das outras. Optamos por somente tirar umas fotos externas e ir almoçar antes de irmos para a muralha.

Catedral de Ávila

Os desbravadores de Ávila: Suzana, Mariana, Cláudia e Marcelo

Interior da Catedral

Almoçamos na cafeteria Yakarta, na Plaza José Tomé, bem próxima à entrada da Catedral. O curioso foi que chegamos por volta das 13 horas e o garçom que nos atendeu teve que ir na cozinha pra ver seja era possível servir o almoço (menu del dia). Nessas horas é que percebemos a diferença cultural dos países…

Depois do almoço, passamos rapidamente numa loja bem em frente, chamada Yemas de Santa Teresa, pra comprar os docinhos mais famosos da cidade, chamados yemas. Nada mais são que doces à base de gemas de ovo e açúcar. Pra quem tem colesterol alto, acho que não fazem bem, mas são bem gostosos. Compramos duas caixas de 12 cada pra levar, que custaram 10 euros.

Seguimos diretamente para a entrada da muralha. Haviam duas delas, uma mais curta (10 minutos de caminhada) e outra mais longa (40 minutos). Escolhemos a segunda, já que ainda tínhamos tempo. Pagamos 3,50 euros por pessoa, com direito a áudio-guia. E em português!

Tiramos um bocado de fotos por lá, já que a vista da cidade e da própria muralha são lindíssimas. Passávamos em alguns pontos das muralhas e o áudio-guia funcionava automaticamente. Quando tínhamos concluído uns 60% do caminho, vimos que era melhor voltar, pra evitar correria até a estação.

Muralha de Ávila com a Catedral ao fundo

Lateral da muralha

Muralha ao fundo contornando toda a parte histórica da cidade

Voltamos e passamos rapidamente por uma lojinha de souvenir pra comprar nosso inesquecível ímã de geladeira e fomos pra estação tomar o trem de volta. Chegamos em Madrid por volta das 6 da tarde.